WELLINGTON TEM A CHANCE

Governador tem maioria suficiente para não ser "gentil" demais em sua quarta gestão no Karnak (Foto: Gustavo Almeida/PoliticaDinamica.com)

Reeleito no primeiro turno com 55,65% dos votos válidos, elegendo dois senadores da sua chapa majoritária, fazendo oito deputados federais e uma bancada de 26 deputados estaduais na Assembleia [24 na sua coligação e dois em coligações diferentes], o governador Wellington Dias (PT) tem a chance de fazer uma gestão diferente. Só precisa ele querer!

Será inadmissível que o petista repita no quarto mandato o inchaço e o "toma lá, dá cá" que protagonizou na sua terceira gestão. Ao contrário de 2014, quando seu grupo só elegeu 10 deputados estaduais e ele teve que usar o governo para formar maioria na Assembleia, Wellington não precisa acomodar ninguém que fez campanha fora da situação. Ele já sai da eleição "dominando" a Alepi, o que dispensa a aproximação com opositores.

Ao longo da terceira gestão, o que se viu foi um estado abarrotado de cargos inócuos, coordenadorias criadas para fazer a mesma coisa, recorde de suplentes convocados na Assembleia e "aspones" inchando a máquina pública do sofrido Piauí. Além da necessidade de compor maioria na Alepi, Wellington vislumbrava a reeleição este ano e por isso deu sombra e água fresca a todo tipo de gente, fazendo do governo do Piauí uma barca lotada.

Agora, ele precisa deixar o Piauí mais leve. Além de não precisar acomodar ninguém de fora em nome da tal "governabilidade", ele tem que diminuir as regalias de quem está ao seu lado [e não são poucos]. Se o time era mesmo "do povo", a hora de tirarmos a prova é agora. Quem fizer biquinho por não ter regalias atendidas, provará que de povo não tem nada e que não pensa no bem do pobre Piauí, um estado que amarga tantos indicadores negativos.

Essa é a chance de diminuir a máquina (Foto: Jailson Soares/PoliticaDinamica.com)

Reeleito e sabendo que não pode disputar reeleição em 2022, não há porque Wellington dar uma secretaria para cada deputado chamar de sua. É necessário acabar com as ilhas no governo e diminuir a farra dos comissionados. E mais: na sua quarta gestão, o governador tem que parar com a moda de sair assinando autorizações em toda esquina apenas para agradar momentaneamente os aliados. É preciso choque de gestão e coragem para cortar excessos e fazer um governo eficiente, algo que passou longe nesse terceiro mandato.

Quem se reelege, teoricamente, não pode falar muito em mudança, sob pena de, em certos aspectos, reconhecer o fracasso do que vinha fazendo. No entanto, se Wellington quiser deixar uma marca no quarto mandato e for consciente dos problemas que sua gestão enfrentou, ele precisa abrir mão de muitas práticas adotadas no terceiro governo. 

Os próximos meses nos darão um norte de como será a quarta gestão. Se os aliados começarem a se engalfinhar por cargos e Wellington tentar resolver ao seu jeito "Calma jovens, tem espaço para todos", o Piauí também terá seu espaço reservado: no buraco.

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