TERESINA CARREGA O ESTADO NAS COSTAS

Firmino fez críticas e cobrou repactuação (Foto: Jailson Soares/PoliticaDinamica.com)

Nenhum grande hospital construído nos últimos anos, pacientes do interior obrigados a buscar atendimento em Teresina e sobrecarga nas costas da Prefeitura da capital. Ao ler a mensagem anual do Poder Executivo na Câmara Municipal de Teresina nesta terça-feira (5), o prefeito Firmino Filho (PSDB) voltou a reclamar dessa situação e criticou o governo do Estado.

O tucano lembrou que 36% da receita da capital é destinada à área da saúde por conta da grande demanda de pacientes que a cidade recebe do interior do Estado. Para Firmino, quando o governo do Piauí obriga as pessoas a saírem de tão longe para buscarem atendimento em Teresina, comete-se uma injustiça com a própria população do interior.

"A gente vai numa cidade do interior e a grande demanda é saber como é que consegue uma consulta e um exame em Teresina. Moço, se esse sistema [de saúde] fosse eficiente, fosse descentralizado, não existiria isso. A saúde é um direito e precisa ser organizada. Tem que ter mais dinheiro para os prefeitos na saúde, mais dinheiro do Estado na saúde, mais aparelhos funcionando no interior do Estado", falou o prefeito.

Prefeito fez desabafo ao ler mensagem (Foto: Jailson Soares/PoliticaDinamica.com)

Firmino destacou que Teresina é a terceira capital do País que mais investe, por habitante, em saúde, perdendo apenas para São Paulo e Campo Grande. No entanto, afirmou que os resultados não aparecem porque ao mesmo tempo a cidade tem que sustentar grande parte do Estado. Ele lembrou que o problema de pactuação com atendimentos do Maranhão foram praticamente solucionados, mas que persiste com relação às cidades do Piauí.

"Teresina não aguenta mais carregar nas suas costas a saúde de todo o estado. Quem vai nas cidades do interior sabe disso. Tem que debater com realismo essa questão que é séria, não apenas porque leva em conta a saúde do teresinense, mas porque também leva em conta a saúde do pessoal do interior. Não podemos mais continuar com esse modelo", desabafou.

O Hospital de Urgência de Teresina (HUT) custa aos cofres da Prefeitura de Teresina mais de R$ 200 milhões por ano. Na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro Renascença, de cada 100 atendimentos 55 são do interior do Estado. "Ela não pode ser mais chamada de UPA do Renascença, tem que ser chamada de UPA do Piauí. A gente forma uma estrutura e só serve parcialmente à cidade. Isso não pode continuar e não podemos achar normal", falou.

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