A vice-governadora do Piauí, Regina Sousa (PT), também defende que a distribuição de cargos na nova gestão de Wellington Dias (PT) seja feita com base na quantidade de votos que cada partido deu ao governador e na fidelidade das lideranças com a eleição do petista. O critério incomoda bastante o MDB, que teve menos votos na disputa proporcional do que o PT, mas possui a maior bancada de deputados na Assembleia Legislativa.

Na quarta-feira (27), o deputado estadual João Mádison (MDB) ficou visivelmente incomodado com o critério defendido pelos petistas. Na ocasião, ele respondeu ao deputado Franzé Silva, que havia externado o posicionamento dos petistas favorável à adoção desse critério. Nesta quinta-feira (28), Regina Sousa disse que não entende porque João Mádison ficou incomodado com essa forma de divisão que ela avalia ser a mais justa e democrática.

"Eu não entendo porque desagradou. Eu acho que é democrático, é uma forma democrática. A população votou e então os partidos que tiveram mais votos têm que ter um tratamento conforme a sua participação na votação que elegeu o governador. Eu acho que não é motivo para descontentamento. Todo mundo vai ser contemplado, até porque o MDB foi muito bem votado também", argumentou a vice-governadora.

Os petistas argumentam ainda a questão da fidelidade das lideranças de cada partido com eleição do governador Wellington Dias. Eles dizem que, apesar de certos partidos terem ficado na coligação do petista, algumas lideranças desses partidos no interior não votaram em Wellington. Já no PT, asseguram eles, 100% das lideranças votaram no governador.

CRITÉRIO É BOM PARA O PT
O motivo pelo qual o PT defende esse critério para a divisão dos cargos é muito simples. Na eleição para deputado estadual, se somadas as votações de todos os candidatos de cada um dos partidos, entre eleitos e não eleitos, o PT teve 302.438 votos. Já o MDB teve 265.564, ou seja, foram quase 40 mil votos a mais obtidos pelo PT se comparado ao MDB.

Se for levada em conta a votação para deputado federal, o PT dá uma sonora goleada no MDB. Ao todo, foram 367.057 votos, enquanto o MDB teve apenas 89.628 votos, ou seja, 277 mil a mais. Além disso, o PT elegeu dois deputados federais e ainda fez o 1º suplente Merlong Solano, que vai assumir a cadeira na Câmara. Já o MDB elegeu apenas um deputado federal na antepenúltima colocação e não fez nenhum suplente com chances de assumir.