O DIA DE ONTEM NEM EXISTIU

Tudo agora é só alegria. O que passou, passou (Foto: Jailson Soares/PoliticaDinamica)

Um posto de destaque. Sentar na cadeira principal, virar chefe de um poder, ter status e moral. Ser chamado de “senhor presidente”. Um sonho para qualquer deputado na Assembleia Legislativa. Os mais velhos sonham, os novos também. Nem sempre dizem, mas sonham. Para um senhor de cabeça branca, esse sonho é realidade ininterrupta desde 2005.

2019 começou agitado. Dois nomes se apresentaram para o posto disputado. A disputa estava estabelecida. Jornalistas ávidos por notícias queriam o tempo todo saber do assunto. Os envolvidos trocavam farpas, mandavam recados e lançavam indiretas. Uns eram mais contidos, outros elevavam a temperatura, tocavam fogo na estrutura.

Na maior parte da vezes, as polêmicas vinham dos defensores e/ou patrocinadores dos candidatos. Os dias passavam e a disputa aumentava. Declarações viram manchetes de jornal, tuítes ganham repercussão desproporcional. A disputa só aumenta. Nos corredores, João Mádison ataca Assis Carvalho. O petista se esquenta, rebate e eleva a confusão.

Hélio e João Mádison após acordo fechado (Foto: Jailson Soares/PoliticaDinamica.com)

O polido Ciro Nogueira parte pra cima do velho Themístocles, faz críticas duras, se mete em tudo, vai fundo. O governador tenta se esquivar, evita do tema falar. A disputa só aumenta. Deputados declaram apoio a Themístocles, gravam vídeos, soltam na internet. Assis bate nos peitos, afirma que Hélio vai ser eleito, critica emedebistas e garante que sua ala não desiste.

Um deputado sai do gabinete, jornalistas correm atrás, querem saber cada vez mais. O pleito se aproxima, esquenta o clima. A disputa só aumenta. Themístocles vai para a TV, dispara contra Ciro, desperta a ira do senador. Na Assembleia, o assunto é o mesmo em qualquer corredor. Hélio diz que não desiste, garante que vai firme até o dia da eleição, insiste.

O governador quer consenso, mas ninguém quer ceder. Assis caça confusão até dentro do PT, quer que Flora vote no candidato do PP. A disputa só aumenta. Themístocles evita falar, diz que o pleito está longe de chegar, mas escala defensores para os oponentes atacar. Wellington sai do Brasil, foge da confusão, deixa o pepino sem solução. A disputa só aumenta.

De adversários a aliados em poucas horas (Foto: Jailson Soares/PoliticaDinamica.com)

Chega a semana decisiva e apoios a Themístocles aumentam. Ciro, Hélio e Assis sentem o cheiro da derrota, surgem rumores de desistência. Agitação nos corredores da Alepi, entra e sai de deputados, puxa sacos e babões. Jornalistas não arredam o pé, querem saber o que é. A confusão só aumenta. Surgem novos fatos, o cenário parece que vai mudar.

Terça-feira, 29 de janeiro. Um grupo dá sinais de que vai desistir. Na verdade, indica que vai se render, pois a derrota está prestes a acontecer. Jantares, almoços, cafés. Correria de jornalistas, reuniões e decisões. As farpas diminuem, os ataques começam a cessar. O senador joga a toalha e os aliados procuram um rumo pra tomar. O cenário vai mudar.

Quarta-feira, 30 de janeiro. Todos no rumo da Alepi, algo está por anunciar. Abraços, afagos, sorrisos, gentilezas, batidinha nas costas. É só alegria no ar. João Mádison elogia Assis Carvalho e diz que atrito não há. Não tem farpas, não tem clima quente. O amor parece estar presente. Todos se unem, se abraçam e trocam sorrisos. O cenário mudou.

Todos unidos e amigos em prol de Themístocles (Foto: Jailson Soares/PoliticaDinamica)

Fazem o tal consenso, dizem que é o melhor pro Piauí. Só eles dizem. Acaba a confusão, tudo se acalenta e de agora em diante é tudo benquerença. Todas as acusações não valeram, as críticas são anuladas, os nós desatados e os ataques perdoados. Entre os nobres deputados todo mundo sorriu, o pobre Piauí nunca evoluiu e o dia ontem para eles sequer existiu.

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