A condenação em segunda instância do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) coloca em dúvida a viabilidade de algumas candidaturas no resto do país e, mais do que isso, gera perguntas sobre como seria o governo de alguns petistas sem a presença de Lula no governo federal. Um dos que levantam a questão é o ex-senador João Vicente Claudino (sem partido).

Atualmente, apesar de se dizer oposição a Michel Temer (MDB), o governador do Piauí, Wellington Dias (PT), tem aliados com grande influência no governo federal. Ainda que se diga perseguido pelo emedebista em alguns pleitos, o petista tem conseguido resultados no governo dele através de partidos que são seus aliados no Piauí, como o Progressistas do senador Ciro Nogueira e o próprio MDB do presidente.

Mas o questionamento feito por JVC, em conversa com o Política Dinâmica, é sobre como seria um eventual quarto mandato de Wellington na oposição, caso um provável substituto de Lula não tenha êxito na corrida presidencial. Com a condenação do ex-presidente, o senador Ciro Nogueira (Progressistas) não deve votar em quem o petista apontar o dedo. O MDB, claro, também não fará isso. Aliás, não faria nem mesmo se fosse Lula na disputa.

Então como ficaria Wellington, caso seja reeleito e na total oposição ao governo federal? Teria trânsito com Geraldo Alckmin ou Bolsonaro, por exemplo? Dos 11 anos como governador do Piauí, ele esteve alinhado com o governo federal em quase 10 anos. De 2016 para cá, quando Temer assumiu após o impeachment, o petista tem alegado perseguição do governo federal, mas até aqui os aliados locais o ajudaram bastante junto ao Planalto. E o governo federal já liberou quase dois bilhões de reais em empréstimos e beneficiou dívidas antigas.

E a partir de 2019, sem o governo federal como aliado e sem intermediadores numa eventual [e bem provável] relação conflituosa? Como ficaria? Na avaliação de JVC, Wellington não perde apenas com o fato de Lula ficar fora da eleição. A falta do líder maior pode ser sentida por ele bem mais após o dia 1º de janeiro, caso os piauienses o reelejam para o quarto mandato.