E OS QUE MORREM?

Deputado questiona informação da Sesapi (Foto: Jailson Soares/PoliticaDinamica.com)

Durante audiência com o secretário de Saúde do Piauí, Florentino Neto (PT), na Comissão de Saúde da Assembleia nesta quinta-feira (29), um argumento não foi bem digerido pela oposição. Mesmo em meio à crise nas unidades de saúde da capital e do interior, o secretário explicou que os hospitais regionais aumentaram a resolutividade e a prova disso é que o número de transferências para a capital diminuiu nos últimos anos.

O deputado Gustavo Neiva (PSB) reagiu e disse que essa explicação não evidencia que está havendo maior resolutividade no interior. Pelo contrário! Segundo ele, a situação em alguns hospitais regionais é tão precária que os pacientes morrem lá mesmo. Ou seja, ao invés de serem transferidos para a capital, voltam dentro de um caixão para suas cidades de origem.

"Isso não convence. Ele está medindo resolutividade pela regulação, ou seja, pela não transferência dos pacientes que chegam nos hospitais regionais. E os que morrem? Os que não resolveram o problema? Aumentou a resolutividade com a pessoa morrendo? Claro que não. A resolutividade tem que ser medida é pela eficiência, pela eficácia, pelos pacientes que chegam e saem de lá recuperados, com a sua saúde restabelecida", falou.

Gustavo Neiva denuncia que o governo está barrando os pacientes nos hospitais regionais para evitar que a demanda venha para Teresina. No entanto, ele questiona que o governo deve apresentar os índices de mortalidade nas unidades de saúde do interior. "E a mortalidade, como anda? Não foi informado aqui. Então não convence que a diminuição da transferência para Teresina aumentou a resolutividade nos hospitais regionais", pontuou.

Florentino Neto deu explicações na Alepi (Foto: Jailson Soares/PoliticaDinamica.com)

Na audiência, os deputados da oposição citaram as condições precárias nos hospitais regionais de Picos, Floriano e relataram atrasos no Hospital Regional Florisa Silva, em Jaicós. Há poucos dias, o Hospital Regional Tibério Nunes, de Floriano, virou manchete nacional por conta da superlotação e das condições degradantes a que são submetidos os pacientes.

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