DEPUTADA ELEITA QUER A PRISÃO DO GOVERNADOR

Teresa mostra indignação com descaso (Foto: Jailson Soares/PoliticaDinamica.com)

A vereadora e deputada estadual eleita Teresa Britto (PV) entrou com pedido no Ministério Público do Estado do Piauí (MP-PI) para que o órgão requeira a responsabilização criminal do governador Wellington Dias (PT), do secretário estadual de Saúde Florentino Neto e do diretor da Maternidade Dona Evangelina Rosa, Francisco Macêdo. O pedido, que inclui até mesmo a prisão dos três gestores, se baseia na interdição parcial da unidade após a morte vários bebês e gestantes e devido à falta de estrutura e as condições precárias no local.

Em outubro, 29 bebês morreram na MDER. Em setembro, 14 já tinham ido à óbito no local.

A interdição da maternidade, feita pelo Conselho Regional de Medicina na tarde da terça-feira (20), ganhou repercussão nacional. Inconformada com a situação, a deputada estadual eleita afirma que é preciso responsabilizar criminalmente os gestores públicos, inclusive com a prisão. Teresa ainda mencionou o alto índice de infecções na maternidade e denunciou suposto desvio de recursos repassados para o governo estadual destinar à unidade.

"O caso lá é grave, caso de várias ações, entre elas ação criminal. Ontem eu fiz esse pedido junto ao Ministério Público. Tem que entrar com ação criminal, até porque lá está tendo também desvio de recursos da produção do hospital. Ou seja, a Fundação Municipal de Saúde recebe do Ministério da Saúde, repassa para a Secretaria Estadual de Saúde e eles não repassam totalmente para a maternidade. Lá eles estão passando uma média de 30% desse recurso. Então são coisas terríveis que estão acontecendo lá na maternidade", relatou.

Mais um descaso na conta do governador (Foto: Jailson Soares/PoliticaDinamica.com)

Teresa relata que a atitude extrema do CRM foi necessária porque a situação da maternidade é caótica. Segundo ela, existem ratos, baratas e sucatas de materiais espalhados na unidade de saúde. A vereadora ainda denuncia que, apesar de ser a maior maternidade pública do Piauí, a Dona Evangelina Rosa não possui sequer uma incubadora reserva. "Uma maternidade de alta complexidade, a maior do Estado, tem que ter incubadora reserva. No entanto, lá tem mais 20 incubadoras quebradas nos corredores", descreve.

Conforme Teresa, a situação da Maternidade Dona Evangelina Rosa é ainda mais dramática porque ela recebe a demanda de hospitais do interior que não conseguem sequer dar o suporte mínimo às gestantes. Sem estrutura adequada nas principais cidades, a sobrecarga vem para a MDER. "Tirando Parnaíba, no restante do Piauí não tem essa retaguarda e precisa ter. Na região de Picos é triste. O hospital de Picos está uma agonia", lamentou.  

GOVERNADOR PROMETE NÃO FALTAR ATENDIMENTO
Nesta quinta-feira (22), o governador Wellington Dias (PT) falou sobre o assunto e prometeu que não vai faltar atendimento. Segundo ele, a exclusividade apenas para atendimentos de alta complexidade, como ficou depois da interdição parcial, já era uma intenção do governo. Wellington defende que os municípios atendam os casos da atenção básica e de baixa complexidade, enquanto a MDER fica somente com atendimentos de alta complexidade.

"Hoje à tarde haverá uma agenda na qual o Estado vai comparecer e onde vamos propor a pactuação, uma definição. Qual é o problema? É que nós estamos falando de vidas e não dá para fazer isso por decreto. Há a necessidade de se ter uma transição", explicou.

A Fundação Municipal de Saúde em Teresina (FMS) já avisou que não tem condições de receber a demanda do Estado. As unidades do município estão recebendo a sobrecarga de atendimentos de baixa complexidade após a interdição na MDER. "A rede municipal não tem capacidade de resolver a questão estadual", declarou o secretário Charles da Silveira.

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