ALEPI: É PRECISO PENSAR ALÉM DA ELEIÇÃO

Na Alepi, tema principal é a eleição da Mesa (Foto: Jailson Soares/PoliticaDinamica.com)

Nenhum outro assunto tem sido tão badalado no meio político piauiense nas últimas semanas quanto a eleição da mesa diretora da Assembleia Legislativa. A todo momento, a imprensa noticia acerca do tema e nas conversas dos políticos esse é o assunto principal. Uma nova legislatura vai começar em 1º de fevereiro e quem será o próximo presidente da Alepi tem sido, até aqui, a principal discussão nos rumos do Palácio Petrônio Portela.

Discutir a eleição não é um tema irrelevante, afinal, trata-se do comando do legislativo estadual, uma casa por onde passam decisões importantes na vida dos piauienses e cujo orçamento anual passa dos R$ 350 milhões. Dinheiro público! Por esses e outros motivos, é plausível a discussão sobre o pleito. No entanto, devemos lembrar que novos mandatos se iniciam em 1º de fevereiro. São 30 eleitos, dos quais sete serão novatos na Assembleia.

A discussão intensa sobre a eleição da Mesa Diretora tem ofuscado outros temas. O que pensam esses 30 deputados estaduais para o Piauí dos próximos quatro anos? Quais projetos relevantes esses 30 homens e mulheres têm a apresentar após 1º de fevereiro? E os sete deputados novatos, quais ideias os movem nessa chegada ao Parlamento Estadual? O que lhes difere de raposas velhas que figuram na política piauiense há mais de 30 anos?

O Piauí, apesar de avanços conquistados nos últimos anos, ainda é um Estado pobre e que impõe ao seu povo uma série de dificuldades que nunca conseguimos superar. Muita gente não gosta, mas a realidade é que ainda estamos entre os "patinhos feios" dessa locomotiva chamada Brasil. De que forma o Parlamento Estadual tem contribuído para mudar essa situação? Não adianta dizer que apenas o Poder Executivo é o responsável por tudo. Não é!

Palácio Petrônio Portela, sede da Assembleia (Foto: Jailson Soares/PoliticaDinamica.com)

A nova composição da Alepi para os próximos quatro anos terá em sua maioria nomes tradicionais da política piauiense, gente que mantém vivos clãs políticos oligárquicos oriundos das mais diversas regiões do Estado. Dos poucos novatos que estreiam em 1º de fevereiro, alguns também se elegeram com a força política de algum cacique estadual ou regional. Existem exceções, claro. No entanto, a essência permanecerá quase a mesma.

Fernando Monteiro (PRTB) é o mais velho e com mais mandatos: 68 anos de idade e 32 anos de mandatos exercidos na Alepi. Reeleito para mais quatro anos, deve chegar aos 36 seguidos como deputado. Oliveira Neto (PPS) é o mais novo: tem 24 anos e vai estrear como deputado. Apesar das enormes diferenças temporais, ninguém sabe o que vai diferir a atuação deles. Ninguém procurou saber dos projetos de Monteiro para o novo mandato [se é que eles existem] e ninguém sabe das ideias que motivam Oliveira Neto na estreia [idem].

Pelo que se conhece da política do Piauí, talvez não existam mesmo grandes diferenças. Mas o fato é que poucos parecem querer saber se elas ao menos existem. Saber quem vai ser o presidente da Assembleia ou descobrir quem traiu quem é o anseio principal da mídia [faço aqui a mea-culpa] e dos próprios políticos. Mas enquanto isso, uma coisa a gente sabe sem precisar investigar: o Piauí segue atrasado e com seus graves problemas.

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