A VOLTA DO BIPARTIDARISMO

Fim das coligações muda cenário político no interior (Foto: Reprodução/TSE)

Com a mudança na legislação eleitoral que acabou com as coligações proporcionais, a tendência é que apenas dois partidos sejam protagonistas em boa parte das pequenas cidades. Se nos grandes centros alguns partidos têm dificuldades para montar chapas proporcionais competitivas, no interior essa missão é quase impossível em muitos lugares.

Diante dessa nova realidade, a tendência é que os candidatos a vereador nessas cidades migrem em bloco para o partido do "chefe político" ao qual são ligados. Quem é da situação vai para o partido do prefeito e quem não é vai para o partido do cacique da oposição. Assim, poderemos ter uma espécie de "bipartidarismo localizado" nas pacatas cidades.

Partidos que possuem apenas um ou dois vereadores no interior dificilmente conseguirão dar viabilidade eleitoral para a reeleição de seus membros. Se o sujeito busca o primeiro mandato em um desses partidos, a missão será mais difícil ainda. Como na maior parte das pequenas cidades existe apenas dois lados políticos, o do prefeito e o do líder maior da oposição, a tendência é a concentração no partido dessas duas figuras dominantes.

Se o prefeito for do PT e o seu rival for do MDB, será esses dois partidos que vão ter protagonismo na eleição. Será nesses dois onde existirá viabilidade eleitoral para quem quer disputar mandato de vereador. A eleição municipal de 2020 vai ser a primeira sem as coligações proporcionais e com ela iremos saber se essa tendência vai se confirmar.

Em caso positivo, essa espécie de bipartidarismo poderá voltar nas pequenas cidades. Diferente dos anos 60 e 70, quando esse sistema era imposto pelo Regime Militar, esse será o bipartidarismo na era democrática. Resta-nos aguardar para ver, afinal, 2020 está bem aí.

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