PARTIDO MAIS CITADO NA LAVA JATO, PP DE CIRO DEMONSTRA FORÇA E BUSCA MAIS FILIAÇÕES

Influência de Ciro junto ao governo federal reflete no número de filiações (Foto: Jailson Soares/PoliticaDinamica.com)

Por Ananda Oliveira e Marcos Melo

O senador Ciro Nogueira é o presidente nacional do PP e, como tal, trabalha para que a legenda se torne grande. É incontestável o crescimento do partido sob o seu comando, que é atualmente a sigla com o maior número de prefeitos no Piauí: quarenta gestores foram eleitos em 2016, sem contar os aliados de outras siglas, como é o caso recente da eleição suplementar ocorrida no começo deste mês, no município de Miguel Leão. Lá, o agora prefeito Robertinho (PR) é aliado de Ciro e o vice-prefeito Gonçalo Batista é do PP.

No começo do ano, Ciro realizou uma grande festa para receber três nomes importantes na política teresinense que deixavam o PSDB rumo ao PP: o ex-prefeito Sílvio Mendes, a primeira-dama Lucy Silveira e o secretário de Planejamento Washington Bonfim. Todos são, desde fevereiro, progressistas.

Agora, informações de bastidores dão conta de que o senador quer ver a deputada estadual Juliana Falcão (PMDB) e o ex-governador Zé Filho (sem partido) compondo os quadros do PP. O convite teria sido feito pelo próprio Ciro Nogueira.

Todas essas são amostras de força. Repercutem na base aliada e deixam o senador mais livre pra fazer escolhas e exigir contrapartidas, já que ele capitaneia uma grande quantidade de lideranças. 

Por outro lado, o PP é o partido mais citado na Operação Lava Jato. É como se o número de citações fosse diretamente proporcional ao seu crescimento, por assim dizer. Não que as duas coisas sejam correlatas, mas é curiosa a contraditória semelhança. Apesar de ver o seu nome em várias denúncias, o PP só ganha popularidade entre políticos e aspirantes a cargos. Para eles, a proximidade e influência do PP junto ao governo federal são vantajosas e compensam estar em uma sigla com tamanho desgaste. O que comprova, mais uma vez, o quanto a política é dinâmica.

POSSÍVEL FILIAÇÃO MEXE COM A BASE
Se Juliana e Zé Filho decidirem ir para o PP, essa mudança certamente afetará a base do governo Wellington Dias (PT). Os dois fazem parte da oposição ao atual governo, enquanto o PP é aliado do petista e promete estar ao lado dele na campanha do próximo ano.

Qual seria, então, o posicionamento dos dois com essa possível mudança? Continuariam oposição, sendo coerentes com o que já disseram no passado, ou passariam a apoiar Wellington Dias? E mais: a mudança teria força de levar aliados para a oposição que os dois representam?

Juliana não participará da disputa no ano que vem, pois vai apoiar a candidatura de Zé Filho. Para ele, a filiação é mais simples porque já se encontra sem partido, o que não exclui uma análise cuidadosa sobre seu destino partidário.

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