REFORMA POLÍTICA AMEAÇA PLANOS DE THEMÍSTOCLES NO PIAUÍ

Congresso estuda a possibilidade de acabar com cargo de vice (Foto:JailsonSoares/PoliticaDinamica.com)

A Câmara dos Deputados começa a votar nesta quarta-feira (09) o relatório da reforma política elaborado pelo deputado Vicente Cândido (PT-SP).Os dois pontos mais controversos do texto são a criação de um fundo público para financiamento de campanha e a mudança de sistema eleitoral.

Os parlamentares têm pressa para emplacar as novas regras porque elas só podem vigorar nas eleições se forem aprovadas pela Câmara e o Senado até o fim de setembro. Uma das propostas pode impactar diretamente na aliança entre o PMDB e o governo de Wellington Dias (PT): o fim do cargo de vice.

O PMDB do Piauí espera indicar o presidente da Assembleia Legislativa do Estado, deputado Themístocles Filho, para a vaga de vice na chapa que será encabeçada pelo governador petista. Na Assembleia Legislativa, os deputados do partido formam a base aliada de Wellington.

Essa ideia é rejeitada pelo PMDB nacional. A ordem das instâncias superiores é que o diretório estadual lance candidato próprio. O ex-ministro João Henrique Sousa, aliado do presidente Temer, é o preferido para a vaga. Ele vive uma disputa interna contra Themístocles, que não pretende desistir de ser candidato a vice, caso a mudança não passe na Câmara Federal.

O líder da oposição, deputado Robert Rios (PDT), chegou a ironizar a possibilidade de Themístocles não poder ser candidato a vice. Durante discussão na Assembleia, o deputado afirmou que tanto empenho do peemedebista em ajudar Wellington poderia resultar em nada.

Robert chamou a mudança de “Lei Wellington Dias”. Ele lembra que no Piauí todos querem ser vice porque há grande possibilidade do petista renunciar ao cargo em 2022, para disputar uma vaga no Senado Federal.

“O Congresso vai aprovar a lei Wellington Dias. Vai extinguir a vaga de vice. Então presidente, não adianta esse amor todo pelo governo. Pode nem ter essa vaga de vice para o senhor disputar. A lei vai se inspirar no Wellington para acabar com isso que ocorre no Piauí”, disse Robert.

Se a proposta passar, o PMDB terá que disputar uma vaga de senador na chapa de Wellington ou lançar candidato próprio. João Henrique propôs a realização de uma convenção em janeiro para decidir o futuro do partido, mas o grupo de Themístocles rejeita essa possibilidade.

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