“DISTRITÃO É O PIOR SISTEMA DO MUNDO”, DIZ MARGARETE COELHO

A vice-governador Margarete Coelho (PP) fez duras críticas ao Distritão. A Câmara Federal discute a aprovação de uma reforma política em que é grande a possibilidade desse modelo ser adotado na eleição de 2018.

Margarete é contra a implantação do Distritão no país (Foto:JailsonSoares/PoliticaDinamica.com)

Para Margarete Coelho, a aprovação do Distritão representa um recuo na democracia do país e diz que esse é “o pior sistema do mundo”. Com o Distritão, serão eleitos os candidatos que tiverem o maior número de votos. Os críticos afirmam que isso acaba com a possibilidade das minorias chegarem a ter representantes nos parlamentos estaduais e municipais.

Margarete destaca as reações contrárias ao sistema como de cientistas políticos, advogados e de alguns políticos. “A reação de setores como cientistas políticos, advogados, políticos foi muito forte e deu uma esfriada nas discussões. Se tivesse sido votada na semana passada já estaríamos no Distritão. Este é o pior sistema do mundo. Não tenho receio em dizer isso. Tanto é que não é adotado em nenhuma democracia estabelecida. Dois ou três pequenos países, democracias bem recentes, usam esse modelo. Só as democracias bem tardias é que utilizam”, afirmou.

Para a vice-governadora, o Distritão beneficia candidatos populares, mas sem debate ideológico. “A principal vantagem é que é fácil de entender. Quem teve mais voto ganhou a eleição. Vão ser eleitos aqueles candidatos que fizeram o maior capital político ou social. São pessoas que fizeram fama em outras carreiras, por exemplo, que não na política. Pessoas sem embate ideológico como principal forma de angariar votos. Isso enfraquece a democracia. Artistas, jogadores de futebol e líderes religiosos, pessoas que tem outra forma de captar fama e se tornarem conhecidos que não o debate ideológico”, destacou.

Outra mudança que será implementada com o Distritão será o fim do suplente. “O sistema majoritário não possui suplentes e isso é uma mudança bastante recente do código eleitoral. Ele não admite posse de segundo, terceiro ou quarto colocados. No caso de vacância do cargo vamos ter que realizar novas eleições. Vai ser um sistema capenga. Terá que ser dado um jeito”, disse.

O enfraquecimento da fidelidade partidária é outro ponto que recebe críticas dos setores contrários ao Distritão. “A fidelidade partidária é outra que vai ser prejudicada. O próprio Supremo fez questão de impor a fidelidade. Entretanto, para cargo majoritário não se exige isso. É o sistema que só traz desvantagens e não possibilitava que pequenos partidos e minorias consigam espaço. Não tem como aplicar cotas no sistema majoritário. As mulheres devem ficar de fora”, avalia. 

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