ESSE GOVERNO É UMA MÃE

Governo de Wellington Dias acomoda secretários que devem concorrer à reeleição em 2018 (Foto: JailsonSoares/PoliticaDinamica.com)

Não seria exagero afirmar que no Piauí não existe uma mãe mais generosa para políticos que o governo de Wellington Dias (PT). E não é difícil explicar o motivo. Wellington tem feito um esforço poucas vezes visto para acomodar aliados -- todos com pretensões eleitorais para 2018 -- que buscam espaços no governo para fortalecer seus grupos políticos

A convocação de 15 suplentes na Assembleia Legislativa é um bom exemplo dessa generosidade do governo. W. Dias mudou metade do resultado das urnas para formatar uma Assembleia mais conveniente. Mas não se limita a isso. Outro número chama muito mais atenção: a quantidade de secretários e demais membros do governo que pretendem sair candidatos na eleição do próximo ano.

É possível ter uma dimensão desse número observando as 21 secretarias do primeiro escalão do governo de Wellington Dias (PT). Até o momento, 14 dessas pastas são comandadas por secretários com a pretensão de serem candidatos a algum cargo público na eleição de 2018. Isso significa que mais da metade dos secretários da linha de frente da administração do petista terá que se ausentar para se dedicar às campanhas.

São pré-candidatos que possuem nas mãos o comando das secretarias mais fundamentais do estado. Em muitos casos, essas secretarias possibilitam ao comandante um contato direto com prefeitos e lideranças do interior em negociação direta por interesse de determinadas cidades.

Como uma mãe generosa, Wellington não economiza nem mesmo na criação de novos cargos para acomodar o maior número de aliados possível. Prova disso são as recentes coordenadorias criadas. O PMDB foi o principal beneficiado com a reforma administrativa. Praticamente todos os parlamentares da sigla foram beneficiados de forma direta ou indireta com algum nova pasta.

O difícil é encontrar um partido que não faça parte da base aliada do governador Wellington Dias. Dos poucos que ainda se intitulam oposição, o petista não mede esforços para selar parcerias com lideranças de forma individual. É o caso do prefeito Firmino Filho (PSDB). Há quem aposte que ele irá indicar a esposa, Lucy Silveira (PP), para ser vice de Wellington em 2018.

LEGISLAÇÃO ELEITORAL

Tamanha generosidade poderá render alguns problemas para o governador. De acordo com a legislação eleitoral, os secretários que de fato forem disputar cargos na eleição do próximo ano terão que se afastar dos cargos em abril de 2018.

Se somente os 14 do primeiro escalão de fato saírem candidatos já será uma dor de cabeça a mais para o petistas. O desafio será manter a máquina funcionando quando tanta gente estará voltada para as campanhas, inclusive o próprio Wellington que buscará a reeleição.

A reportagem tentou ouvir o governo sobre o assunto, mas não obteve retorno.

POSSÍVEIS CANDIDATOS

O secretário de Administração e Previdência Franzé Silva é a aposta do PT para 2018. O nome dele é considerado como favorito para uma vaga na Assembleia Legislativa. O PT busca formar uma estratégia que alcance resultados melhores que os de 2014. Franzé é considerado um dos homens mais importantes do governo.

Também no PT, o deputado estadual Fábio Novo deve deixar o cargo em abril para ser candidato à reeleição na Assembleia Legislativa. Ele é secretário de Cultura de Wellington.

Outro petista que comanda secretaria e deve ser candidato é o secretário de Desenvolvimento Rural (SDR), Francisco Limma. Ele é uma liderança forte da região Norte do Piauí.

Na Sasc, o deputado estadual José Santana (PMDB) deve concorrer à reeleição em 2018. Ele assumiu o comando da secretaria após o PMDB ingressar oficialmente no governo de Wellington Dias. O partido é um dos principais beneficiados com a reforma administrativa do governador.

Hélio Isaias (PP) é secretário da Defesa Civil desde o início do terceiro governo de Wellington Dias. Ele deve retornar à Assembleia em abril para concorrer à reeleição. O deputado é bem votado na região de São Raimundo Nonato.

Rejane Dias é secretária de Educação.  Ela comanda uma das pastas mais importantes da administração de Wellington Dias (PT). Esposa do petista, ela foi a deputada federal mais bem votada na eleição de 2014. A reeleição dela é dada como certa pelo PT.

A deputada estadual Janaína Marques é uma importante liderança da região Norte do Estado. Ela é atualmente secretária de Infraestrutura e deve buscar a reeleição no próximo ano.

O secretário de Segurança Fábio Abreu também é mais um secretário pré-candidato a reeleição em 2018. Atualmente no PTB, ele deve mudar de partido para disputara reeleição como deputado federal. O novo destino político do secretário deve ser o PR.

E por falar no PR, o presidente estadual da sigla e deputado estadual Fábio Xavier vai disputar a reeleição no próximo ano. Ele é atualmente secretário de Cidades e está no cargo desde o início do terceiro mandato de Wellington Dias (PT).

Na secretaria de Desenvolvimento Econômico e Tecnológico, o deputado estadual Nerinho é pré-candidato à reeleição. Ele é atualmente do PTB, mas também há a possibilidade de mudar de partido até lá. Fiel a Wellington Dias, o secretário faz parte da administração estadual desde o início do governo. 

O petista Merlong Solano ocupa a secretaria de Governo, considerada a mais polivalente da administração de Wellington Dias (PT). Ele é suplente na Câmara Federal e chegou a assumir o mandato por poucos dias. Deve ser candidato a uma vaga na Câmara Federal. 

A secretária de Meio Ambiente também é comandada por um pré-candidato. O deputado estadual Ziza Carvalho do PROS. Ele deve concorrer a reeleição por uma vaga Assembleia Legislativa do Estado.

O deputado estadual Gessivaldo Isaías (PRB) é secretário do Trabalho e deputado estadual. Ele é considerado pré-candidato à reeleição por uma vaga na Assembleia.

O deputado estadual Flávio Júnior (PDT) deve concorrer a reeleição de deputado estadual.  Ele é secretário de Turismo de Wellington Dias,  cargo que já foi de seu pai,  Flávio Nogueira. Este vai buscar eleição de  Federal. 

Pablo Santos foi beneficiado com a reforma administrativa que resultou na criação de novas pastas. O deputado estadual ficou com o comando da Fundação Hospitalar que tem status de secretaria. Com a pasta, ele vai comandar seis hospital, entre eles o de Picos, cidade onde ele é bem votado. 

NO SEGUNDO ESCALÃO

Os possíveis candidatos em 2018 estão presentes também no segundo escalão do governo de Wellington Dias (PT).  Algumas das coordenadorias recém criadas acomodam lideranças com interesses de serem candidatos no próximo ano. 

É o caso do ex-prefeito de Novo Oriente,  Marcus Vinícius. Ele é a aposta do PTC para concorrer uma vaga de deputado federal. Marcus assumiu o comando da Coordenadoria do Programa de Modernização e Qualificação de Empreendimentos Públicos.

Outro coordenador cotado para ser candidato no próximo ano é Marllos Sampaio. Ele é irmão do presidente da Assembleia Legislativa do Estado, deputado Themístocles Filho (PMDB). Marllos já foi deputado federal e não conseguiu se reeleger. Agora é coordenador do Programa Mais Vida com Cidadania para o Idoso.

O ex-prefeito de Campo Maior Paulo Martins (PT) também encontrou espaço dentro do generoso governo de Wellington Dias. O petista assumiu recentemente o comando da Fundação dos Esportes do Piauí (Fundespi). Ele é apontado como candidato a deputado federal.

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