CORDA SEMPRE ARREBENTA DO LADO MAIS FRACO

Prefeitura de Teresina anuncia que não irá conceder aumento salarial aos servidores (Foto:JailsonSoares/PoliticaDinamica.com)

Engana-se quem pensa que a situação financeira da Prefeitura de Teresina é tranquila. Pelo contrário, a crise preocupa e o sinal amarelo já foi ligado. Teresina é mais um exemplo clássico do que ocorre com as administrações públicas no Brasil após um ano eleitoral.

Visando acomodar aliados políticos os gestores incham a máquina pública com a contratação de pessoal comissionado. É necessário agradar a partidos e a aliados que irão compor a formação das coligações eleitorais. A Lei de Responsabilidade Fiscal é deixada em segundo plano e no ano seguinte à eleição vem o anúncio das dificuldades financeiras e a necessidade de cortes.

No caso de Teresina, Firmino foi candidato, em 2016, com o apoio de mais de 20 partidos e teve que fazer um jogo de cintura para acomodar os aliados. Já em 2017, poucos meses após a eleição, ele começou a desagradar os aliados com a demissão de comissionados indicados por vereadores da base. Foi instalada uma crise na Câmara e teve parlamentar ameaçando romper com o tucano.

Os cortes que irritaram os vereadores não foram suficientes. Esta semana, a administração de Firmino Filho foi notificada pelo Tribunal de Contas do estado (TCE) a realizar um maior controle na folha de servidores.

A prefeitura corre o risco de ultrapassar o limite prudencial que é de 49%. De acordo com o TCE, Teresina já tem 48,64% das receitas comprometidas com o pagamento de servidores. A solução é fazer novo corte de pessoal e revisar os contratos existentes do município.

Quem vai pagar o preço por esse descontrole financeiro? Essa é uma resposta fácil de ser dada: o servidor público. Firmino já anunciou que fica impedido de conceder reajuste salarial aos funcionários da prefeitura.

Com uma equipe financeira formada por secretários e técnicos de alto gabarito é difícil negar que o risco da necessidade de congelamento dos salários já era previsto. Mas em ano eleitoral essas dificuldades são sempre escondidas para debaixo do tapete. Agora o servidor terá que pagar uma conta que ele não criou. 

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