A Alemanha democrática e de economia vigorosa

A deflagração do maior conflito da humanidade - a Segunda Guerra Mundial - tem sua origem com a tentativa de implementação por parte da Alemanha de Hitler, do nazismo como política de Estado. Nessa esteira de pensamento, a Itália de Mussoline adere a tal política tornando realidade também o fascismo. No caso alemão, o ambiente pós-Primeira Guerra se mostra propício ao avanço do III Reich, dado que o Tratado de Versalles impôs, de certa maneira, um status humilhante ao povo alemão, que resultou em desvalorização de sua moeda e inflação em níveis galopantes, a ponto de um saco de dinheiro literalmente pouco comprar. Nasce, assim, Hitler!

Com um discurso forte e apelativo, viu nesse clima de desesperança e incerteza a possibilidade de fazer valer seu pensamento político e se firmar diante da nação alemã, naturalmente ávida pelo restabelecimento de sua dignidade, principalmente no seio do continente europeu.

Como se vê, do ponto de vista histórico, o avanço de qualquer concepção de poder - por mais equivocado que seja -, ganha corpo em razão do estabelecimento circunstancial da desesperança de um povo, ou de uma nação. E nada mais vulnerável às distorções do poder do que tirar da sociedade a possibilidade de sonhar com o “day after”, o depois, o dia de amanhã. Esse é o momento político da aventura, e do aventureiro!

No Brasil, por exemplo, o clima de corrupção e o aviltamento dos salários com a inflação sem controle, pode levar o país a esse clima de incerteza e um ambiente de insegurança. Não é confortável ouvir que o Brasil tinha tudo para se tornar uma das economias mais respeitadas no mundo. Mas é racional saber que é possível se reestabelecer a esperança, se naturalmente houver mudança de atitude e de rumo. E os alemães - por terem cometido grandes erros políticos - podem nos dar uma lição no tocante ao redirecionamento de sua política e economia após a derrota na Segunda Guerra. O que se vê hoje é uma Nação extremamente vigorosa na sua economia, e politicamente aberta e democrática, a ponto de se tornar uma grande referência na comunidade europeia e, como de resto, para as demais nações do mundo.

(Artigo escrito na cidade de Munique, na Alemanha)

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