UMA CIDADE PEGA DE SURPRESA

A cidade de Dom Inocêncio, no sertão do PI (Foto: Gustavo Almeida/PoliticaDinamica.com)

A deflagração da Operação Pastor, cujo alvo principal são desvios milionários de recursos públicos em Dom Inocêncio, a 615 km de Teresina, pegou toda uma população de surpresa. O município de aproximadamente 10 mil habitantes se espantou com a notícia de que um ex-gestor e parte de seus ex-secretários municipais foram presos pela Polícia Federal.

A presença de viaturas da PF na prefeitura e em residências deixou boquiaberto um povo acostumado com a calmaria. A luta das instituições de controle e da Justiça contra a corrupção tem sido cada vez maior no país, operações são constantes, mas, mesmo assim, é impossível não deixar chocada uma gente simples e pacata quando isso acontece diante de seus olhos.

Encravado no meio do semiárido, Dom Inocêncio possui deficiências e necessidades que atingem a maioria dos municípios brasileiros. Até a água, uma das mais básicas necessidades do ser humano, é escassa na região. Mesmo com tantas dificuldades e carências, vem à tona um rombo milionário que impediu a construção de cisternas, creche, sistema de abastecimento, escolas e serviços de saúde.

O choque em ver conhecidos sendo levados pela polícia é natural, mas também é natural [e necessário], que a Justiça e o combate à corrupção sejam feitos para o bem de todo um povo. Uma gente simples e trabalhadora não pode ser penalizada com o desvio de cifras milionárias que escorrem pelo ralo da corrupção, destrói esperanças e mata sonhos.

Que a Justiça seja feita, que os acusados tenham seus direitos de defesa expressamente respeitados e que sejam devidamente julgados. Esta quarta-feira (21) não é um dia para ser comemorado por nenhum filho de Dom Inocêncio, mas deve ser lembrada como uma data histórica. O dia em que a Justiça, em prol de uma coletividade, mostrou que nem mesmo no mais isolado rincão se admite reinar a corrupção.

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