QUANDO A NECESSIDADE DA COERÊNCIA IMPÕE O DISCURSO

João de Deus comentou delação contra Firmino (Foto: Jailson Soares/PoliticaDinamica.com)

O deputado João de Deus (PT), líder do governo na Assembleia, mantém cautela ao falar da delação premiada que revelou suposto recebimento de R$ 250 mil ilegais para a campanha de 2012 do prefeito de Teresina, Firmino Filho (PSDB). Acostumado a defender o PT de sucessivas delações e a criticar a idoneidade dos delatores, o petista não poderia mesmo se aproveitar da citação a Firmino. Nem ele e nem seus colegas de partido.

Se historicamente os petistas tem dito que delatores não são confiáveis, por que passariam a considerá-los paladinos da verdade quando delatam o PSDB? Então, o discurso de João de Deus, assim como o de outros petistas, é, ao mesmo tempo, a necessidade da coerência das falas que o seu partido construiu sobre delações. O contrário seria um contrassenso.

“O sujeito está preso lá há dois anos. Está debaixo de vara, como diz o ministro Marco Aurélio. Eu quero é ver ele não delatar e trocar 30 ou 40 anos de prisão por dois anos, como foi o caso de alguns que já estão em casa curtindo parte do dinheiro [da corrupção] que ainda resta”, falou João de Deus ao comentar o festival de delações, entre elas a que cita Firmino.

O discurso do petista só revela o mar de lama em que a classe política brasileira se atolou. A situação é tão grave que nem os partidos rivais podem mais se atacar ou tirar proveito da desgraça do outro, afinal todos eles estão no mesmo atoleiro.

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