PROMOTOR FALA DO EXEMPLO DA LAVA JATO NO PIAUÍ

Rômulo Cordão cita investigações em curso (Foto: Jailson Soares/PoliticaDinamica.com)

O Brasil vive um momento importante nas ações de combate à corrupção e aos desmandos na gestão pública. A operação Lava Jato tem revelado ao país os mais absurdos casos de roubalheira e assalto aos cofres públicos em diversos setores. O promotor Rômulo Cordão, coordenador do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Piauí (Gaeco), especializado em investigar crimes de corrupção, falou sobre o exemplo da Lava Jato.

Segundo ele, é preciso aproveitar o momento para desarticular crimes cometidos em prefeituras e em órgãos estaduais. Para Rômulo, os promotores das cidades piauienses estão ganhando melhor estrutura e mais apoio para desencadearem investigações no âmbito dos municípios. O Gaeco é uma das estruturas a que as promotorias do interior estão passando a recorrer para enfrentar a farra da corrupção nos rincões do estado.

“O que acontecia é que o MP-PI não tinha um órgão com especialização nessa atuação de combate ao crime organizado, pois são tipos de crimes mais complexos, onde o promotor lá na sua comarca, sozinho, tinha dificuldades de dar encaminhamento. Até porque demanda atuação de outros profissionais nas áreas de contabilidade, administração, etc. O Gaeco se especializou nisso, notadamente nas investigações aos crimes de lavagem de dinheiro e corrupção”, falou.

INVESTIGAÇÕES EM CURSO
Rômulo revelou que existem várias investigações em andamento no Piauí e que os promotores do interior tem recorrido cada vez mais ao apoio do Gaeco. “A partir da atuação do Gaeco, os promotores do interior tem passado a nos pedir apoio. Há várias investigações no Piauí inteiro. Nós investigamos fatos. Evidentemente que esses fatos, uma parte deles, são praticados por pessoas e isso a gente investiga, independente de quem quer que seja”, disse.

Rômulo já comandou investigações que desarticularam quadrilhas de corrupção em várias cidades, como a operação Déspota, em Redenção do Gurgueia, e a operação Escamoteamento em Cocal e outros municípios da região Norte. Na operação Déspota, o então prefeito de Redenção do Gurguéia, Delano Parente, acabou preso juntamente com várias outras pessoas acusadas de fraudes e corrupção na prefeitura do município.

“Essa é a nossa missão. Eu creio que o fortalecimento do Gaeco e desses órgãos de investigação só tem a trazer coisas boas à sociedade. A grande maioria das investigações em andamento é referente à corrupção, mas também temos em relação a grilagem de terras, venda de sentenças judiciais, fraudes em cartórios de registros imobiliários e vários outras”, revelou o promotor.

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