O procurador Deltan Dallagnol reagiu à soltura do ex-ministro José Dirceu. Através das redes sociais, ele criticou a postura dos ministros da 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) e citou o caso do ex-prefeito de Redenção do Gurguéia, Delano Parente, mantido preso pelos mesmos ministros e cujos crimes cometidos são os mesmos, mas com menor gravidade.

A citação do político piauiense foi noticiada, inclusive, no Jornal Nacional. No texto, Deltan destacou que o ex-prefeito Delano não teve a mesma sorte que o petista Dirceu e classificou como incoerente a postura da maioria dos ministros da Segunda Turma do STF.

“Ele foi acusado por corrupção, lavagem e organização criminosa. São os mesmos crimes de Dirceu, mas praticados em menor vulto e por menos tempo. Foram 17 milhões de reais, entre 2013 e 2015, quando Dirceu é acusado do desvio de mais de 19 milhões, entre 2007 e 2014, sem contar o Mensalão. O âmbito de influência de Delano era bem menor do que o de Dirceu. Chefiou o município de 8.618 habitantes do interior do Piauí, Redenção do Gurgueia. Na data do julgamento no STF, em 7 de fevereiro de 2017, nem mais prefeito era. Contudo, todos os integrantes da 2ª Turma entenderam que sua prisão era inafastável”, escreveu.

A PRISÃO DE DELANO
O ex-prefeito de Redenção de Gurguéia foi preso em julho de 2016 na operação Déspota. A ação que desbaratou um esquema de corrupção na prefeitura do município foi deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Piauí (Gaeco) e comandada pelo promotor Rômulo Cordão.