O governador Wellington Dias (PT) foi questionado nesta quinta-feira (27) sobre a polêmica proposta de emenda à Constituição Estadual que impede promotores de concorrerem ao cargo de procurador-geral de Justiça. Mesmo sob forte rejeição de membros do Ministério Público, a PEC de autoria da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa foi aprovada pelos deputados.

Nos bastidores, a pressão de integrantes do governo para que os parlamentares da base votassem a favor foi intensa e até agora ninguém explica o porquê da alteração na Constituição Estadual. Os promotores são categóricos em afirmar que a atitude abre margem para outras medidas que podem limitar investigações e cercear o combate à corrupção.

Wellington preferiu jogar a responsabilidade apenas para a Assembleia. “É um projeto de emenda constitucional e a própria Assembleia que faz a promulgação. Isso já foi feito e já foi publicado. Então está em vigor e passa a ser uma regra”, disse.

Questionado se considera a alteração justa, o governador voltou a se esquivar. “Tem que consultar o Parlamento que fez a proposta. Esse é um tema que diz respeito à Procuradoria de Justiça e ao Legislativo piauiense”, falou o governador.

A PROPOSTA APROVADA
Conforme a proposta aprovada e promulgada pela Assembleia, apenas procuradores poderão disputar o cargo de procurador-geral de Justiça, cargo máximo do Ministério Público Estadual. Com isso, ficam excluídos do processo os 171 promotores que atuam no Piauí.